Um líder é um facilitador, não é um ditador. Um líder é um aglutinador, não é um repressor. Um líder é um motivador de sinergias, não é um impostor emissor de demagogias. Um líder é um criador de confiança, não é alguém, guardado ferozmente, por serviços de segurança. Um líder é um promotor da inteligência, não é um gestor da subserviência. Um líder estimula a criação de novos paradigmas, não preside ao gang das “aves de rapina”.
Por Domingos Kambunji
A comunicação social oficial de Angola tenta vender uma imagem de líder de alguém que é o herdeiro no trono do ditador, repressor, impostor, demagogo e gestor da desconfiança. Há que manipular mentalidades, com a máxima urgência, para todos idolatrarem o futuro inquilino da presidência.
Num país civilizado, um futuro inquilino da presidência seria escrutinado para se saber qual a origem da sua fortuna de tantos milhões, quando apenas foi um reles general de um exército de soldados de papel.
Os países desenvolvidos têm vários generais competentes, extraordinários. Angola tem muitos generais matumbos, multimilionários. Quem promoveu ao posto de general Bento Kangamba dá a imagem de que qualquer pilha-galinhas poderá exercer essa função num país em que a ideologia principal é a demagogia presidencial.
Bill Gates enriqueceu graças à criação de inovação tecnológica. Será que o futuro inquilino da presidência enriqueceu através da cleptomania escatológica?
O Zé Morteiro, perdão, o Zé Ribeiro do pasquim oficial já iniciou a campanha de lançamento de morteiros sonoríferos para convencer que não é o Zédu quem vai decidir o resultado do processo eleitoral da escolha do futuro presidente. Na habitual poluição cerebral repete a mesma cantiga de sempre: a próxima eleição vai ser honesta, imparcial.
O José Ribeiro avança com várias teorias de bajulação para defender a entronização do futuro rei-presidente da nação: os angolanos venceram o medo e a descrença em nome do interesse comum; o MPLA não faz parte daqueles que apostaram na violência para a solução dos problemas; não é verdade que quem organiza eleições é o vencedor; a evolução democrática em Angola é um facto; a culpa do atraso em Angola continua a ser toda de Jonas Savimbi.
Os angolanos venceram o medo? O Cassule, o Camolingue, o Ganga, o Rufino António, as vítimas do 27 de Maio e da guerra civil não têm qualquer possibilidade de responderem a esta pergunta. Os angolanos vivem num clima de medo das “ordens superiores”, num país em que as pessoas podem ser presas e condenadas até por se dedicarem à leitura e discussão de opiniões. Enquanto a maioria dos cidadãos nacionais vive neste clima de medo, o medo dos senhores feudais transformou-se em paranóia. E é tal a paranóia dos dirigentes do MPLA que o seu governo gasta mais dinheiro para a guerra (forças militares, polícia secreta e forças policiais) do que despende com a saúde e a educação da juventude.
O MPLA faz parte daqueles que apostam na violência. Contra factos não há argumentos: iniciou a guerra civil em Angola, organizou os fuzilamentos do 27 de Maio e continua a ter muita paz para poder reprimir as diferenças de pensamento e opinião. O MPLA venceu a guerra civil porque conseguiu matar mais.
O MPLA iniciou a guerra civil para defender os ideais comunistas e, quando a coisa deu para o torto, rapidamente mudou de música, passou a defender o capitalismo selvagem, o que facilitou um enriquecimento mais rápido dos seus capangas e cangaceiros.
Se fosse verdade que o MPLA organiza eleições sem receio de as perder porque é que o dono das eleições é o Presidente, que delegou o poder num ministro nada bonito, o Bornito? Porque será que a comunicação social oficial, que deveria ser de todos os angolanos, está apenas ao serviço do MPLA? Porque será que a organização de eleições obedece ao método neo-soviético que perpetua no poder o Putin? Porque será que o MPLA utiliza o método putiniesco de comprar os adversários ou eliminá-los, no casos de eles não serem trinta-dinheiros? O MPLA decide o resultado das eleições antes de estas acontecerem. As votações são apenas um processo protocolar.
Em Angola a evolução cleptocrática é um facto, não a evolução democrática. Confundir cleptocracia com democracia só acontece com gente muito porca e pouca, como o Ribeiro, o cabeça oca.
O Savimbi continua a ser a principal causa para justificar o retardamento mental governamental? Essa desculpa já está demasiado gasta. Num dos últimos discursos, demagogos, balofos e bolorentos, do Zédu, ele tentou culpar os EUA pelo atraso que se verifica em África e, consequentemente, em Angola… Agora o Ribeiro volta a ressuscitar o sofisma culpando o Savimbi?!…
A culpa do atraso é do MPLA. Depois de quatro décadas no poder, o governo do MPLA fracassou a todos os níveis. Em prosperidade, Angola ocupa o lugar 141 entre 149 países avaliados. São vergonhosos os resultados da governação cleptocrática angolana se forem comparados com outro países, em termos de desenvolvimento global. Vejamos as posições ocupadas por Angola:
Qualidade da Economia 140, Negócios 148, Governação 138, Educação 132, Saúde 127, Segurança 127, Liberdade 129, Capital Social 142 e Ambiente 139.
Imaginem que Angola fosse um país democrático com um governo civilizado; Imaginem que Angola fosse um país com um Presidente inteligente e decente; Imaginem que Angola fosse um país democrático; Imaginem se Angola fosse um país onde o partido do poder, o MPLA, não fosse um gestor facilitador de injustiças sociais…
Se o governo de Angola não tivesse conduzido o país para a desgraça e todas as anteriores premissas fossem verdadeiras, o Zé Morteiro, perdão o José Ribeiro, seria, com toda a certeza, empregado de limpeza porque, como demonstram os seus pensamentos anais, não tem inteligência para mais.